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Criaturas pensantes,
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Beijosss da Pro

Di Ferrero, MV Bill e Pitty

Alô, aumente o som!
Tem alguém aí me ouvindo?
Aham !
Um novo dia chegou.

E eu quero, pra começar
Dizer que a onda é de quem chegar
Então não to sozinho nessa

Vem curtir comigo o dia já vem
Abra a felicidade você também
Vamos sentir algo novo
Vem curtir comigo, isso faz tão bem
Abra um sorriso no rosto de alguém
Pra eu sentir como é bom

Abra a felicidade que tem aí
Abra a felicidade que tem aí
Abra a felicidade que tem aí
Abra a felicidade que tem aí

Dá licença
Han Han chega aí
Que eu tenho uma parada pra você ouvir
Hoje eu acordei num clima bacana
Alegria transbordou e me lembrou que alguém me ama
Veja só: ontem eu tava perdido, é...
Hoje eu tô sem problema e muito leve
Até pode acontecer o mesmo com você
Eu tô rindo à toa, quem mais vai querer?

Quero ver o sol brilhar
Sem parar
Será que é pedir demais?
Claro que não .
Hoje eu quero sair
Com meus amigos por aí
A vida é muito curta
Pra que desperdiçar?

Vem curtir comigo o dia já vem
Abra a felicidade você também
Vamos sentir algo novo
Vem curtir comigo, isso faz tão bem
Abra um sorriso no rosto de alguém
Pra eu sentir como é bom

Se você ouve o seu coração
O mundo cabe na sua mão
Quem planta amores pelo caminho
Não encontra nenhum espinho

E quem sabe eu te encontro lá
Existe tanto a compartilhar
Eu já ergui a ponte
É só atravessar

Vem curtir comigo o dia já vem
Abra a felicidade você também
Vamos sentir algo novo
Vem curtir comigo, isso faz tão bem
Abra um sorriso no rosto de alguém
Pra eu sentir como é bom

Abra a felicidade que tem aí
Abra a felicidade que tem aí
Abra a felicidade que tem aí
Abra a felicidade que tem aí

Paulo Mendes Campos
Avental branco, pincenê vermelho, bigodes azuis, ei-lo, grave, aplicando sobre o peito descoberto duma criancinha um estetoscópio, e depois a injeção que a enfermeira lhe passa.
O avental na verdade é uma camisa de homem adulto a bater-lhe pelos joelhos; os bigodes foram pintados por sua irmã, a enfermeira; a criancinha é uma boneca de olhos cerúleos, mas já meio careca, que atende pelo nome de Rosinha; os instrumentos para exame e cirurgia saem duma caixinha de brinquedos.
Ela, seis anos e meio; o doutor tem cinco. Enquanto trabalham, a enfermeira presta informações:
- Esta menina é boba mesmo, não gosta de injeção, nem de vitamina, mas a irmãzinha dela adora.
O médico segura o microscópio, focaliza-o dentro da boca de Rosinha, pede uma colher, manda a paciente dizer aaá. Rosinha diz aaá pelos lábios da enfermeira. O médico apanha o pincenê, que escorreu de seu nariz, rabisca uma receita, enquanto a enfermeira continua:
- O senhor pode dar injeção que eu faço ela tomar de qualquer jeito, porque é claro que se ela não quiser, né, vai ficar muito magrinha que até o vento carrega.
O médico, no entanto, prefere enrolar uma gaze em torno do pescoço da boneca, diagnosticando:
- Mordida de leão.
- Mordida de leão? - pergunta, desapontada, a enfermeira, para logo aceitar este faz-de-conta dentro do outro faz-de-conta. - Eu já disse tanto, meu Deus, para essa garota não ir na floresta brincar com Chapeuzinho Vermelho...
Novos clientes desfilam pela clínica: uma baiana de acarajé, um urso muito resfriado, porque só gostava de neve, um cachorro atropelado por lotação, outras bonecas de vários tamanhos, um Papai Noel, uma bola de borracha e até mesmo o pai e a mãe do médico e da enfermeira.
De repente, o médico diz que está com sede e corre para a cozinha, apertando o pincenê contra o rosto. A mãe se aproveita disso para dar um beijo violento no seu amor de filho e também para preparar-lhe um copázio de vitaminas: tomate, cenoura, maçã, banana, limão, laranja e aveia. O famoso pediatra, com um esgar colérico, recusa a formidável droga.
- Tem de tomar, senão quem acaba no médico é você mesmo, doutor.
Ele implora em vão por uma bebida mais inócua. O copo é levado com energia aos seus lábios, a beberagem é provada com uma careta. Em seguida, propõe um trato:
- Só se você depois me der um sorvete.
A terrível mistura é sorvida com dificuldade e repugnância, seus olhos se alteram nas órbitas, um engasgo devolve o restinho. A operação durou um quarto de hora.
A mãe recolhe o copo vazio com a alegria da vitória e aplica no menino uma palmadinha carinhosa, revidada com a ameaça dum chute. Já estamos a essa altura, como não podia deixar de ser, presenciando a metamorfose do médico em monstro.
Ao passar zunindo pela sala, o pincenê e o avental são atirados sobre o tapete com um gesto desabrido. Do antigo médico resta um lindo bigode azul. De máscara preta e espada, Mr. Hyde penetra no quarto, onde a doce enfermeira continua a brincar, e desfaz com uma espadeirada todo o consultório: microscópio, estetoscópio, remédios, seringa, termômetro, tesoura, gaze, esparadrapo, bonecas, tudo se derrama pelo chão. A enfermeira dá um grito de horror e começa a chorar nervosamente. O monstro, exultante, espeta-lhe a espada na barriga e brada:
- Eu sou o Demônio do Deserto!
Ainda sob o efeito das vitaminas, preso na solidão escura do mal, desatento a qualquer autoridade materna ou paterna, com o diabo no corpo, o monstro vai espalhando terror a seu redor: é a televisão ligada ao máximo, é o divã massacrado sob os seus pés, é uma corneta indo tinir no ouvido da cozinheira, um vaso quebrado, uma cortina que se despenca, um grito, um uivo, um rugido animal, é o doce derramado, a torneira inundando o banheiro, a revista nova dilacerada, é, enfim, o flagelo à solta no sexto andar dum apartamento carioca.
Subitamente, o monstro se acalma. Suado e ofegante, senta-se sobre os joelhos do pai, pedindo com doçura que conte uma história ou lhe compre um carneirinho de verdade.
E a paz e a ternura de novo abrem suas asas num lar ameaçado pelas forças do mal.