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"A origem da Língua Portuguesa"
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A Vida em Sociedade
A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos.
Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos  que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria,  não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia.
Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transporte e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.
Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e trocar ideias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo.
Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos.
Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais.


Os Contos de Beedle, o Bardo

Recentemente, J.K. Rowling, a criadora de Harry Potter, lançou (Rio de Janeiro: Rocco), mesmo após ter declarado que “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, o sétimo livro da série, encerraria a saga do bruxo. De fato, neste livro não sabemos nada mais de Harry, já que nem mesmo ele é citado na obra. Entretanto, Beedle nos leva de volta ao mundo dos bruxos, ao universo de Harry Potter; além disso, seus contos, como se sabe, foram citados e lidos por seus colegas de escola. A propósito, segundo Rowling, o que a levou a publicar essa coletânea de histórias (já foram publicados “Animais fantásticos e onde habitam” e “Quadribol através dos séculos”) foi uma “novíssima tradução dos contos feita por Hermione Granger”, a amiga sabida de Harry Potter.
O livro de Rowling traz cinco “histórias populares para jovens bruxos e bruxas”, mas que, com as notas explicativas da autora, podem ser perfeitamente lidas pelos “trouxas” (como Rowling se refere às pessoas sem poderes mágicos, como nós). Nessas notas, Rowling esclarece alguns termos próprios do mundo dos bruxos como, por exemplo, “inferi”, que, “são cadáveres reanimados por magia”.
No mundo dos bruxos, Beedle, poder-se-ia dizer, tem a importância do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen e suas histórias se assemelham em muitos aspectos aos nossos contos de fada. Aliás, seus contos tiveram o mesmo destino dos nossos contos de fadas, ou seja, caíram no gosto das crianças e, como lemos no prefácio do livro, são usualmente contadas antes de dormir. Ademais, como afirma Rowling, nesses contos, assim como costuma acontecer nos contos de fadas, “a virtude é normalmente premiada e o vício castigado”.
Nos contos de Beedle, no entanto, a magia nem sempre é tão poderosa quanto se pensa: seus personagens, apesar de serem dotados de poderes mágicos, não conseguem resolver seus problemas somente com magia. As histórias mostram, desse modo, que ao contrário do que se pensa, a mágica pode tanto resolver quanto causar problemas ou pode também não ter efeito nenhum.
Quanto às heroínas do livro, elas são em geral bem diferentes daquelas dos contos de fada “tradicionais”, ou seja, ao invés de esperarem por um príncipe que as venham salvar, elas enfrentam o próprio destino. No conto “A Fonte da Sorte”, por exemplo, são as três bruxas, Asha, Altheda e Amata, que procuram (juntas) a solução para seus próprios problemas. Elas buscam amor, esperança e a cura para uma doença na chamada “fonte da sorte”. Ao final da estória, elas alcançam aquilo que desejam, muito mais por méritos próprios do que pela magia das águas da fonte que, mesmo sem saberem, “não possuíam encanto algum”.
Na verdade, os heróis dos contos não são aqueles com maiores poderes mágicos, mas sim aqueles que demonstram bom senso e que agem com gentileza. Um exemplo é “O conto dos três irmãos”, onde o irmão mais novo, ao se confrontar com a Morte “em pessoa” não tenta trapaceá-la nem fazer mal a alguém. Desse modo, ao contrário dos seus irmãos, ele tem um final feliz, pois “acolheu, então, a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom
grado, e, iguais, partiram desta vida”.
Para aqueles que sentiam falta de Dumbledore, o poderoso mago Diretor de Hogwarts, J.K. Rowling mata um pouco da saudade: no final de cada conto, há explicações e comentários do bruxo, os quais foram encontrados após sua morte. Suas explanações são bem pertinentes: elas mostram, por exemplo, que no mundo dos bruxos existia um preconceito contra os não-bruxos (os “trouxas”), há ponto de excluí-los dos contos, ou dar-lhes apenas o papel de vilões, e também alertam para o fato de que alguns dos contos foram censurados ao longo da história e adaptados para que se tornassem “adequados para as crianças”. Isso se assemelha muito àquilo que aconteceu com os contos de fada de um modo geral, os quais sofreram mudanças no enredo para que pudessem se adequar melhor à escola e ao mundo da criança. No entanto, os contos que nos são apresentados no livro são, segundo Dumbledore, os originais, ou seja, são os contos escritos por Beedle há muito tempo, sem adaptações.
Outras questões são trazidas à tona nos contos: amor, tolerância, sentimentos e, como se viu, até mesmo a morte. Isso porque as histórias mostram como a magia não pode resolver tudo e o quão inútil é lutar contra a morte. Sabe-se que a mágica não é capaz de restituir o bem mais precioso: a vida.
Os contos, traduzidos por Hermione Granger das runas, são inéditos, com exceção de “O conto dos três irmãos”, uma história contada para Harry, Rony e Hermione no sétimo livro da série de aventuras de Harry Potter (no capítulo 21, que leva o mesmo título do conto), que tem papel crucial no fim da saga do jovem bruxo.
Quanto às ilustrações do livro, quem as assina é a própria J.K. Rowling, que doou parte do lucro obtido com a venda de Os Contos de Beedle, o Bardo para o “Children’s High Level Group”, uma organização responsável por ajudar cerca de um quarto de milhão de crianças a cada ano.
Em Os Contos de Beedle, o Bardo, sentimo-nos de volta ao “mundo mágico de Harry Potter”. Pena que as 103 páginas do livro acabem tão rápido: para o leitor entusiasta do mago inglês e acostumado com as suas aventuras narradas ao longo de mais de 700 páginas fica um gostinho de “quero mais”. Depois de Beedle, resta aos fãs da magia de Rowling esperar até julho de 2009, quando será lançada a primeira parte do sexto filme baseado na saga de Harry Potter, “Harry Potter e o Príncipe Mestiço”.
No mundo dos livros, no entanto, parece que finalmente (e infelizmente), a saga de Potter ganhou seu ponto final. Será?
Leonardo da Silva é graduando do curso de Letras da UFSC.

Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno. Ele teria nascido por volta de 1465, em Guimarães ou em outro lugar na região da Beira. Casado duas vezes, teve cinco filhos, incluindo Paula e Luís Vicente, que organizou a primeira compilação das suas obras.

No início do século 16, há referência a um Gil Vicente na corte, participando dos torneios poéticos. Em documentos da época, aparece outro Gil Vicente, ourives, a quem é atribuída a Custódia de Belém (1506), recipiente para exposição de hóstias feita com mais de 500 peças de ouro. Há ainda mais um Gil Vicente que foi "mestre da balança" da Casa da Moeda. Alguns autores defendem, sem provas, que os três seriam a mesma pessoa, embora a identificação do dramaturgo com o ourives seja mais viável, dada a abundância de termos técnicos de ourivesaria nos seus autos.

Ao longo de mais de três décadas, Gil Vicente foi um dos principais animadores dos serões da corte, escrevendo, encenando e até representando mais de quarenta autos. O primeiro deles, o "Monólogo do Vaqueiro" (ou "Auto da Visitação"), data de 1502 e foi escrito e representado pelo próprio Gil Vicente na câmara da rainha, para comemorar o nascimento do príncipe dom João, futuro rei dom João 3o. O último, "Floresta de Enganos", foi escrito em 1536, ano que se presume seja o da sua morte.

O "Auto da Sibila Cassandra", escrito em 1513, introduz os deuses pagãos na trama e por isso é considerado por alguns como o marco inicial do Renascimento em Portugal.

Alguns dos autos foram impressos sob a forma de folhetos e a primeira edição do conjunto das obras foi feita em 1562, organizada por Luís Vicente. Dessa primeira compilação não constam três dos autos escritos por Gil Vicente, provavelmente por terem sido proibidos pela Inquisição. Aliás, o índice dos livros proibidos, de 1551, incluía sete obras do autor.

Gil Vicente foi considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. A estrutura das suas peças e muitos dos temas tratados foram desenvolvidos a partir do teatro medieval, defendendo, por exemplo, valores religiosos. No entanto, alguns apontam já para uma concepção humanista, assumindo posições críticas.

Em 1531, em carta ao rei, Gil Vicente defendeu os cristãos-novos, a quem tinha sido atribuída a responsabilidade pelo terremoto de Santarém. Também no "Auto da Índia" apresentou uma visão antiépica da expansão ultramarina.

Gil Vicente classificou suas peças dividindo-as em três grupos: obras de devoção, farsas e comédias. Seu filho, Luís Vicente acrescentou um quarto gênero, a tragicomédia.

Estudiosos recentes preferem considerar os seguintes tipos: autos de moralidade, autos cavaleirescos e pastoris, farsas, e alegorias de temas profanos. No entanto, é preciso lembrar que, por vezes, na mesma peça encontramos elementos característicos de vários desses gêneros.

Gil Vicente vai muito além daquilo que, antes dele, se fazia em Portugal. Revela um gênio dramático capaz de encontrar soluções técnicas à medida das necessidades. Nesse sentido, ele pode ser encarado como o verdadeiro criador do teatro nacional.

Por outro lado, a dimensão e a riqueza da sua obra constituem um retrato vivo da sociedade portuguesa, nas primeiras décadas do século 16, onde estão presentes todas as classes sociais, com os seus traços específicos, seus vícios e suas preocupações. Também no aspecto lingüístico o valor documental da sua obra é inestimável e constitui uma grande fonte de informação sobre o início do século 16 em Portugal.